" Achou-o numa terra deserta, e num ermo solitário cheio de uivos, cercou-o, instruiu-o, e guardou-o como a menina dos olhos" Deuteronômio 32:10
A “ terra deserta…” ou o Deserto, como sabemos, representa o momento de provação da fé, onde o diabo se levanta com mais força, e dependemos de uma fé convicta num Deus grande, sem desculpas e medos, mas com coragem para o enfrentar.
Ora, o sacrifício é por si um momento de deserto. A pessoa é levada, por Deus, a extremos de fé, onde fica na dependência única e exclusiva do Deus vivo.
O “ermo solitário” é natural quando se está a sacrificar, a pessoa que sacrifica está só na sua fé, é um propósito entre ela e o Altar. Não se pode esperar incentivo ou motivação por parte dos familiares, amigos, demais membros da igreja e até mesmo do pastor, a este cabe apenas ensinar, e levar a energia da fé, ao povo. A decisão de sacrificar ou não, fica por conta dela.
“Cheio de uivos” o vento só produz som quando encontra obstáculos, caso o contrário, fluiria livremente. Os lobos uivam para avisar, os possíveis predadores, da sua presença no intuito de intimida-los. Assim também o diabo só faz “ barulho” quando precisa imediatamente desviar o percurso da pessoa. Os uivos podem ser traduzidos de várias formas: O familiar que se levanta contra a fé da pessoa. O patrão que limita as horas extras e reduz o salário, ou aumenta o numero de horas, fazendo com que essa pessoa esteja limitada, sem receber a mais por isso, (sempre em período de fogueira santa). O marido que sai de casa para dar a impressão de que a batalha foi perdida, fazendo com que a pessoa queira retroceder no sacrifício, como o povo de Israel cogitou a hipótese de voltar ao Egipto… Enfim. Os uivos podem ser diversas coisas, as quais, o destruidor de sonhos, sempre usa contra a pessoa que está a atravessar o deserto prestes a chegar a terra prometida.
Quem tem, ou já teve cães, já teve a oportunidade de observar um fenómeno curioso. Quando filhotes, com os dentes em formação, brincamos com eles para que mordam nossa mão e achamos isso inofensivo e engraçado, chegamos até mesmo a provocar as mordiscadas deles. Agora quando crescem nós evitamos e até os repreendemos se mordem-nos ou a alguma outra pessoa próxima. Assim é o diabo, enquanto a pessoa está na igreja mas a fé dela não é activa e não mostra resultados ele nada faz para impedi-la, mas uma vez que passamos a agir a fé por meio do sacrifício, ele faz de tudo para impedir-nos.
“e guardou-o como a menina dos olhos” Qualquer que seja a pessoa que pedirmos para manter os olhos bem abertos, ao aproximar-mos o dedo em direcção a eles, esta mesma pessoa os fechará, piscará, levara as mãos aos olhos… Os olhos, e principalmente as pupilas, são partes do corpo que protegemos naturalmente, por reflexo. Protegemos do frio, do calor, dos insectos, do vento… Assim também, Deus, protege como a menina dos Seus olhos aquele que está a sacrificar, Como vemos nessa passagem, Ele protege aqueles a quem ele encontrou no deserto, ou seja no momento de sacrifício somos protegidos por Deus. Basta termos nossa confiança voltada para ele e não nos apegarmos a dúvidas e desculpas a fim de evitar o mesmo.
Pr. Michael Costa
